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Devoção ao santo guerreiro: Dia de São Jorge é celebrado no Rio

No Dia de São Jorge, acompanhei as celebrações na Igreja de São Gonçalo Garcia, no Centro do Rio. 

Na prática, a Igreja de São Gonçalo Garcia é conhecida por Igreja de São Jorge. Isto porque há uma imagem do santo guerreiro que foi "estacionada" no local quando a igreja de São Jorge, também no Centro do Rio, precisou passar por obras. A obra parou, a igreja desabou e a imagem de Jorge em cima do cavalo acabou ficando por ali mesmo, dando seu nome à igreja. 

Na reportagem, a ideia foi contar histórias de devoção dos fieis que acabam se confundindo com a história do próprio santo. 

Jorge da Capadócia foi uma integrante do exército romano, morto pelo imperador Diocleciano por professar a fé Cristã. Com o passar dos séculos, Jorge passou a ser relacionado à mitologia do cavaleiro que derrotou o dragão.

Na verdade, a história de São Jorge é uma das versões contadas a partir de uma mesma história: a da espada que derruba o monstro, do bem que supera o mal. 

Para além do sincretismo religioso, que justifica a união das religiosidades como uma forma de "disfarce"; a ideia do "cruzo", muito bem estabelecida por Luiz Antônio Simas, argumenta que a adoção dos herois de outras culturas é uma marca de religiões no Brasil e no mundo. Na cultura banto, por exemplo, cultuar um deus de outra religião é absolutamente normal, é enriquecedor.

O que na Itália é Jorge, o cavaleiro que derruba o dragão; na cultura nórdica, é Sigurd, o ferreiro que mata o dragão com a espada feita a partir de fragmentos da espada do pai assassinado. Na cultura Banto, é Ogum, o guerreiro, o orixá da metalurgia, que mata monstros com a sua espada.