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Minha breve história com Xexéo

Uma breve história minha com @axexeo

Foi com o imenso Artur Xexéo que eu entendi, ainda no primeiro período de faculdade, que jornalismo é vocação. E que você pode até tentar fugir, mas esse dom de dizer 'o quê? quem? quando? onde? como? porquê?' (em áudio, em vídeo ou em texto) não te deixa escapar tão facilmente.

O mais curioso é que, depois daquela palestra do Xexéo na ECo-UFRJ, no auditório da CPM, lá pelas idas de 2006/2007, eu me vi colega de trabalho de Xexéo. Coisa que jamais imaginaria. Nem nos meus sonhos mais profundos.

Não, a gente não era amigo íntimo, nem nunca tocou um grande projeto juntos, nem nada. Mas, no fundo, quando você trabalha com alguém grandioso, que você admira, acaba se sentindo meio assim, né? Meio perto, meio parte. Um tanto íntima. "Eu? Eu trabalho com o Artur Xexéo" (mas aqui eu nem entro nos pormenores, né? Era só o mesmo canal, mas pra nós, meros produtores de reportagem, já é o máximo".

Pense numa pessoa exibida? Era eu, quando passei a ter 'Artur Xexéo' no meu ZAP, luxo. 
Mas, né, tentei não deixar a fama subir à cabeça. Vida tinha que seguir. Eu, ali, naquela redação, frequentada também por Xexéo. É sério, é luxo. 

E Xexéo facilitava nosso trabalho: "Oi, Xexéo, você pode entrar com a gente pra falar de... [e aqui você coloca qualquer assunto, QUALQUER UM]". Certeza que Xexéo sabia falar. Podia falar. Queria falar.

Mas, o mais importante, é que as pessoas queriam ouvir o que ele tinha pra dizer.

Era o cara, esse Xexéo! Dele, a gente ouvia de Elizeth Cardoso no Municipal, às fritadas na política; passando pelo cinema, pelo Oscar; pelas memórias e mais memórias de coberturas jornalísticas, de grandes reportagens; e, nos últimos meses, os detalhes mais cotidianos de uma pandemia, aqueles que deixávamos passar sem dar muita bola, e que, no olhar cronista de Xexéo, ganhavam ares de acontecimentos importantes, fundamentais. 

Acho que é daí que vem o 'dom'. Não importa se você escreve bem, corretamente, com facilidade. Importa se, a exemplo de Xexéo, o que você tem a dizer encanta quem te ouve, quem te lê. Se faz o outro pensar instantaneamente sobre que você diz - seja qual for o assunto. 

Poxa, Xexéo, como eu ainda queria te ouvir. Como eu ainda esperava te ouvir por muito tempo. Como vai fazer falta não ter mais o 'zap do Xexéo' pra acionar de cara. Mas é aquilo... mesmo longe, Artur Xexéo continua sendo minha primeira opção de comentarista. 

Obrigada. Obrigada. Obrigada.